Gestão
A Rádio Corredor
Marco Leone Fernandes
Publicado em 05/07/2011 às 11:05Em virtude do grande volume de informação recebido pelas pessoas todos os dias por meio dos mais diferentes canais de comunicação e a velocidade com que ocorrem as mudanças em uma organização, o fato de se começar a fazer suposições sobre as próximas mudanças e seus impactos é muito natural.
Isso por si só não é um grande problema, visto que é inerente a natureza do ser humano desejar prever o futuro, contudo, as decisões precipitadas por uma falsa premissa, podem ser um desastre para empresa e para os funcionários. Seguramente é inevitável que se comente sobre assuntos recorrentes, tais como as movimentações de pessoas (transferências, promoções e demissões) ou reajustes de salário (dissídio), mas a velha e conhecida “fofoca”, merece ser combatida.
Quase sempre, o comportamento de alguns executivos que não respeitam os códigos de conduta e confidencialidade da empresa é o prato preferido dos “fofoqueiros” de plantão. Decisões discutidas em fórum privado com outros executivos ou o mau comportamento ético ou moral de um funcionário serão sempre alvo da curiosidade alheia.
Naturalmente, o exercício de analisar os fatos que ocorrem no cotidiano de uma organização é uma maneira saudável de análise do ambiente de trabalho e pode servir de referência e de guia para os menos informados, criando um canal de comunicação corporativo muito eficiente.
O maior problema está na distorção desse comportamento de compartilhar as mensagens ou noticias e começar a interferir na vida e no dia-a-dia das empresas de maneira negativa, criando a já famosa “Rádio Corredor”.
Esse mal não tem cura, mas um bom remédio para amenizar os efeitos colaterais da “Radio Corredor”, é a comunicação oficial, distribuída regularmente de maneira clara e objetiva.
Criar newsletters semanais, promover reuniões regulares entre os colaboradores e os principais executivos de cada departamento, ou ainda, adotar soluções simples como um quadro de avisos - certificando-se que essa notícia está chegando para todos os destinatários- ajudará muito a erradicar essa cultura da meia-informação.
Dizem que todo boato tem um pouco de verdade e é dessa simples “fumaça da verdade”, que ele se alimenta. Somente a informação completa, definitiva, explicada na perspectiva do seu público alvo, garantirá que as informações de coxia sejam totalmente irrelevantes, acabando com a fama de “vidente corporativo” do fofoqueiro.
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