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domingo, 25 de setembro de 2011

A Pátria Amada

Gestão

A Pátria Amada

Marco Leone Fernandes
Publicado em 06/09/2011 às 11:06
Saiu no Financial Times que vários executivos brasileiros expatriados (eu os chamo de exilados econômicos), estão retornando, especialmente em virtude do atual cenário de crise mundial. Apesar de ser ainda um efeito colateral da crise de 2008, testemunhamos agora a Europa sofrendo mais agudamente os problemas que os EUA ainda não superaram.

Finalmente, os países emergentes garantirão boa parte do crescimento mundial esse ano, os festejados BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e South Africa) experimentarão oportunidades de desenvolvimento e geração de riqueza que, se bem aproveitadas, poderão mudar o destino de uma geração, que nos últimos 40 anos enfrentou vários períodos de recessão e instabilidade.

O Brasil se beneficia de vários elementos que facilitam o nosso destaque nesse grupo: somos uma democracia pacificamente estabelecida, temos estabilidade política, econômica e social, temos o tamanho, a localização geográfica e o potencial para nos tornarmos uma grande potência, além de sermos um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza...

O grande desafio das inúmeras empresas multinacionais que seguem investindo em grande escala no nosso país é entender o tal “jeitinho brasileiro”, nossa cultura, nossos costumes, nossa língua e nossa gente. Sempre fomos uma armadilha para os incautos que nos enxergam como um balneário ou para quem nos leva a sério demais e por vezes confunde a nossa informalidade com falta de profissionalismo. Ainda bem que não perdemos a capacidade de tratar de assuntos sérios com o nosso bom humor característico.

O executivo que teve oportunidade de desenvolver uma carreira internacional de sucesso, volta com uma grande vantagem perante aos outros disponíveis no mercado de trabalho. Ele conhece o melhor e o pior desses dois mundos e está pronto para começar a produzir bons resultados em muito pouco tempo. O fato de ser brasileiro, o que já foi um desafio a ser superado anteriormente, hoje se tornou um diferencial competitivo, sinal dos tempos...

O melhor disso tudo é que esses profissionais, além de se beneficiarem financeiramente da nossa economia, poderão optar por ajudar as multinacionais brasileiras nesse momento de expansão, o que potencializará ainda mais essa oportunidade.

De qualquer modo, não devemos esquecer que esse colega que retorna a casa não é o mesmo que imigrou no passado e precisa de quase os mesmos cuidados que temos com os nossos colaboradores que recebemos do exterior. Somos responsáveis por sua readaptação, devemos auxiliar a sua família - que por muitas vezes não é formada por brasileiros - a viver bem e desfrutar dos benefícios dessa nova terra, pois isso será, com absoluta certeza, um fator crítico para o sucesso profissional desse executivo nessa nova empreitada.

Que esse período de prosperidade seja eterno enquanto dure, e tomara que dure muito...

Novos Desafios

Gestão

Novos Desafios

Marco Leone Fernandes
Publicado em 01/08/2011 às 17:44
Um grande especialista em Recursos Humanos me explicou que – “Quando um funcionário deixa uma empresa, sua alma já saiu de lá algum tempo antes”.

Todo relacionamento profissional irá terminar mais cedo ou mais tarde e os motivos serão os mais variados, contudo, saber identificar esses sinais antecipadamente podem ajudar você e sua empresa a evitar que essa experiência se torne ainda mais complicada ou até mesmo traumática.

As portas de entrada em uma boa empresa estão cada vez menores com a grande oferta de profissionais qualificados no mercado de trabalho. As melhores vagas seguem um ritual de seleção longo e cada vez mais específico e, com isso, busca-se garantir que o profissional contratado possuirá as capacidades e habilidades necessárias para a função e dessa maneira projetar uma duradoura e bem sucedida carreira. Na grande maioria das vezes, com a evolução das ferramentas de análise psicológica e comportamental, esse recrutamento quase sempre encontrará o melhor recurso disponível no mercado, dentro do orçamento disponível para a vaga.

O grande problema é que as empresas e as pessoas mudam constantemente e aquele emprego dos sonhos, de uma hora para outra, pode se tornar um pesadelo e o talento promissor ou o gerente modelo, simplesmente, se torna caro e desnecessário. Normalmente uma atitude flexível e positiva em relação as mudanças determinam uma carreira profissional mais estável e longa. O equilíbrio emocional em relação as pressões por resultados, assim como conseguir manter a calma em momentos de instabilidade, é uma receita simples e eficiente, que irá prolongar a sua satisfação no trabalho.

Quais são esses sinais que indicam que, provavelmente, chegou a hora de considerar uma nova oportunidade de trabalho?

Por parte do empregador: resultado da avaliação de desempenho abaixo da expectativa, ausência de premiações e/ou aumentos espontâneos, aumento significativo de supervisão do seu trabalho, redução de equipe ou de escopo e volume de trabalho, ausência de convites para participação em projetos novos ou estratégicos.

Por parte do funcionário: perda significativa de desempenho/produtividade, grande irritabilidade, tristeza recorrente, falta de interesse por novos projetos, procrastinação, consultas frequentes a sites de empregos, atritos sem motivos e constantes com colegas e gerentes.

Aos primeiros sinais de desgaste na sua relação com a sua empresa, vale uma conversa franca com o seu gerente de RH e uma reavaliação quanto as suas expectativas em relação à sua carreira. Se questionar sobre o que você gostaria de fazer profissionalmente daqui a 5 anos, se você têm perfil executivo ou empreendedor e que tipo de capacitação poderia colaborar para melhorar o seu perfil profissional.

Independentemente do momento que você está vivendo profissionalmente, é fundamental ter sempre em mente qual é o seu plano B, pois nunca se sabe quando será a sua hora de se despedir dos seus colegas de trabalho em busca de “Novos Desafios”.

Gestão

A Rádio Corredor

Marco Leone Fernandes
Publicado em 05/07/2011 às 11:05
Todo administrador possui uma rotina complicada. É comum vê-lo tomar várias decisões e resolver uma série de problemas difíceis em um curto espaço de tempo, mas, por vezes, ele se depara com um problema que não tem solução em curto prazo: a falha na comunicação entre a sua empresa e seus colaboradores. Podemos afirmar que esse é um dos grandes desafios atuais para a maioria das empresas.

Em virtude do grande volume de informação recebido pelas pessoas todos os dias por meio dos mais diferentes canais de comunicação e a velocidade com que ocorrem as mudanças em uma organização, o fato de se começar a fazer suposições sobre as próximas mudanças e seus impactos é muito natural.

Isso por si só não é um grande problema, visto que é inerente a natureza do ser humano desejar prever o futuro, contudo, as decisões precipitadas por uma falsa premissa, podem ser um desastre para empresa e para os funcionários. Seguramente é inevitável que se comente sobre assuntos recorrentes, tais como as movimentações de pessoas (transferências, promoções e demissões) ou reajustes de salário (dissídio), mas a velha e conhecida “fofoca”, merece ser combatida.

Quase sempre, o comportamento de alguns executivos que não respeitam os códigos de conduta e confidencialidade da empresa é o prato preferido dos “fofoqueiros” de plantão. Decisões discutidas em fórum privado com outros executivos ou o mau comportamento ético ou moral de um funcionário serão sempre alvo da curiosidade alheia.

Naturalmente, o exercício de analisar os fatos que ocorrem no cotidiano de uma organização é uma maneira saudável de análise do ambiente de trabalho e pode servir de referência e de guia para os menos informados, criando um canal de comunicação corporativo muito eficiente.

O maior problema está na distorção desse comportamento de compartilhar as mensagens ou noticias e começar a interferir na vida e no dia-a-dia das empresas de maneira negativa, criando a já famosa “Rádio Corredor”.

Esse mal não tem cura, mas um bom remédio para amenizar os efeitos colaterais da “Radio Corredor”, é a comunicação oficial, distribuída regularmente de maneira clara e objetiva.

Criar newsletters semanais, promover reuniões regulares entre os colaboradores e os principais executivos de cada departamento, ou ainda, adotar soluções simples como um quadro de avisos - certificando-se que essa notícia está chegando para todos os destinatários- ajudará muito a erradicar essa cultura da meia-informação.

Dizem que todo boato tem um pouco de verdade e é dessa simples “fumaça da verdade”, que ele se alimenta. Somente a informação completa, definitiva, explicada na perspectiva do seu público alvo, garantirá que as informações de coxia sejam totalmente irrelevantes, acabando com a fama de “vidente corporativo” do fofoqueiro.

A matrix nas organizações globais

Gestão A matrix nas organizações globais Marco Leone Fernandes Publicado em 06/06/2011 às 11:51 Cada vez mais, empresas globais aproveitam as sinergias de novos mercados para reduzirem os riscos encontrados em mercados estáveis e com baixo prognóstico de crescimento em curto prazo. Um dos efeitos colaterais dessa globalização das grandes multinacionais é a replicação de estruturas organizacionais complexas, mesmo quando operam em mercados emergentes ou como startups. Um modelo que vem se tornando muito popular é o de gerenciamento matricial, aonde a liderança regional é complementada por uma liderança especialista, que contribui com o compartilhamento de melhores práticas e do direcionamento estratégico corporativo para produtos e serviços. Um dos grandes riscos desse modelo está no conflito da liderança funcional e regional, que pode trazer perda de produtividade ou ainda uma grande dificuldade no estabelecimento de prioridades e do senso de urgência e de importância. No outro lado da mesma moeda, um dos maiores benefícios desse modelo é a flexibilidade para utilização de membros de diversas equipes em projetos distintos, criando verdadeiros times virtuais, sem a rigidez do modelo hierárquico tradicional. A orientação específica para o projeto/departamento cria uma maior especialização e garante maior foco nos resultados. Esse modelo é muito apreciado pelos jovens talentos das empresas, que preferem estar orientados a objetivos comuns e específicos, e menos encapsulados em modelos hierárquicos mais rígidos. A garantia do sucesso na implantação deste modelo é estabelecer canais eficientes de comunicação que permitam o alinhamento e a transparência na gestão remota dessas equipes, bem como uma sincronia entre os gerentes quanto às decisões e critérios de avaliação de desempenho e remuneração. Aspectos culturais de cada região podem afetar negativamente esse modelo, pois para um funcionário ineficiente, é bem melhor se reportar para um chefe que está a dez mil milhas de distância do que para alguém que está indesejavelmente na sala ao lado. Nessa hora, a falta de integração e coordenação entre as lideranças pode criar um ambiente propício para ineficiência e baixa produtividade. Bem conduzido, o modelo matricial é muito eficaz, pois alinha os objetivos locais a estratégia global, se favorecendo dos exemplos de sucesso da organização. Mal conduzido, corre-se o risco de gerar uma ambiguidade de comando ou omissão de gestão, o que em ambos os casos trará péssimos resultados para a organização e para o grupo. Nesse caso vale o dito popular: “Cachorro que tem dois donos, acaba morrendo de fome!”.
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