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domingo, 23 de maio de 2010

A eficiência operacional e o enigma do pão dormido

Marco Leone Fernandes
Atualizado em 03/05/2010
Momentos de retomada são sempre muito interessantes e perigosos. Enquanto na crise todo mundo se preocupa com os detalhes e em como se pode melhorar a eficiência operacional, nos momentos em que a economia vai bem, temos a tendência de atribuir quase todo o sucesso a nossa genialidade e competência... Ledo engano. Tal qual um homem magro, atlético e saudável que volta transtornado com os resultados negativos de um check-up, tem muitas empresas que cresceram violentamente as suas receitas e que, contudo estão quase quebradas, como evitar este paradoxo? Respostas simples continuam sendo muitas vezes as mais eficientes, e quando se trata de uma pequena ou média empresa principalmente, o controle adequado do Fluxo de caixa, pode fazer toda a diferença. Vender muito nem sempre é vender bem, contudo, vender bem sempre é vender para quem pode pagar; a inadimplência pode ser um sério problema para derrubar um fluxo de caixa bem realizado. Na outra ponta, gerar caixa evita tomar crédito, a melhor taxa de crédito dificilmente será melhor que usar seu próprio recurso, caso contrário, você tem que ter um bom projeto de investimento já planejado para aproveitar esta oportunidade. Reduzir custos é um mantra, mais do que uma atividade deve ser uma filosofia compartilhada e difundida por toda a empresa, por incrível que pareça, a maior parte dos ganhos operacionais ainda vem da redução de custos e não do aumento das vendas. O segredo, muitas vezes, está no próprio orçamento, pois se for mal dimensionado, irá estimular gastos e não priorizar investimentos com retorno para o negócio. Uma boa forma de arrumar a casa é instituir o orçamento base zero por um tempo, até que se tenha certeza que tudo que se gasta tem uma boa justificativa, ou seja, se não ajuda a vender mais ou gastar menos não serve, é amargo mas cura. O capital humano continua cada vez mais valorizado, não só nas empresas prestadoras de serviços aonde a participação de um profissional diferenciado é notada de maneira destacada em todas as fases de um projeto, como também, cada vez mais processos que envolvam produção e logística tem sido aperfeiçoados pela presença destes profissionais. Investir na atração, desenvolvimento e retenção de talentos, gerarão uma base de conhecimento e uma reputação muito reconhecida nos dias de hoje. Estas são apenas algumas atitudes baseadas na teoria administrativa moderna, que podem ajudá-lo a tornar a sua empresa mais eficiente, contudo, um elemento fundamental nunca deve ser desprezado: o bom senso. Este sim é muitas vezes o fiel da balança e demonstra que a caneta pressurizada dos americanos para escrever na Lua e que custou uma fortuna, poderia ter sido substituída pela idéia do primo pobre russo que levou um lápis! Um portal da rede social de uma das mais populares e prestigiosas revistas de negócios testemunhou uma brincadeira muito interessante, o que fazer com o pãozinho amanhecido numa padaria hipotética e percebeu que consultores em finanças empresariais e muitos empreendedores acostumados a lidar com esse tipo de questão divergiam sobre a medição do pão dormido. É um custo fixo, variável, um misto das duas coisas? Nessa hora, na minha modesta opinião, mais vale a experiência e o bom senso do que toda a teoria da administração moderna, o Pão dormido de hoje é a Farinha de Rosca especial de amanhã, basta perguntar para qualquer padeiro de respeito…

O país do futuro.

Marco Leone Fernandes
Atualizado em 05/04/2010

Há tempos escutamos que o Brasil é o país do futuro, e apesar de ainda termos muitos problemas, ser uma potência econômica no futuro sempre nos confortou de alguma forma. Apesar de tudo, parece que o nosso querido país está na moda, ou pelo menos na mídia. Ganhamos o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016 e de quebra, somos matéria de capa e com larga cobertura em uma das mais conceituadas revistas internacionais de economia.
É claro que nada disso aconteceu por acaso. Após o Plano Real e suas conseqüências, nos habilitamos para sermos um dos últimos países a entrar na grande crise financeira mundial de 2009 e sermos um dos primeiros a sair.
Tecnicamente, dirão os especialistas de plantão, não foi exatamente assim que aconteceu... Pode ser, porém, o que pretendo aqui, é fazer um convite à reflexão: Como nós e nossas empresas podemos contribuir e nos beneficiarmos deste momento?
Estar bem preparado para momentos como este pode mudar a vida de pessoas e empresas. Conversando com vários outros interessados neste tema, percebi algumas tendências que dividirei com vocês agora.
Os investimentos em infra-estrutura serão prioridade, tudo que for investido em inovação na geração de energia limpa, conexão de internet estável e logística, principalmente ferroviária e portuária, deverá gerar um bom retorno de investimento e atrair crédito subsidiado.
Ninguém discute também a nossa vocação para a indústria do Turismo. Existe um exército de pessoas ávidas por uma oportunidade de capacitação para exercer
uma função técnica. Nossos pontos turísticos precisam de padrão de qualidade internacional, mão-de-obra qualificada e parceria público-privada garantindo, em contrapartida, investimentos em infra-estrutura e segurança para estes locais.
Na área de TI, grandes fornecedores internacionais estão abrindo filiais aqui, e precisarão contar com a experiência dos parceiros locais para recuperarem o investimento realizado. A qualidade dos nossos serviços de desenvolvimento de software e de call center, por exemplo, já atraiu para cá as principais empresas líderes deste mercado.
O maior desafio na opinião da grande maioria, são problemas de ordem política e social, tais como legislação trabalhista, alta carga tributária para produção e exportação, e altos índices de evasão escolar, o que gera deficiência em mão-de-obra altamente especializada principalmente mestres e doutores e por conseqüência, baixo número de patentes e criação de capital intelectual.
Para mudarmos isto, só existe uma solução, que não combina muito com o jeitinho brasileiro: o engajamento da sociedade civil. Precisamos vez por todas, participarmos de reuniões de condomínio, de clubes e agremiações, grupos de pais e professores nas escolas dos nossos filhos, associações de bairro, associações de classe, nos candidatarmos a cargos públicos, até que tenhamos orgulho da nossa classe política e nos sintamos representados por ela. Isso e somente isso, garantirá que os nossos anseios legítimos sejam atendidos, pelo bem da coletividade. O futuro que espera o nosso país pelo jeito ainda não chegou, mas talvez nunca tenha estado tão próximo. Mais uma vez, dependerá de cada um de nós. Quem se habilita?

A hora da virada para a pequena e média empresa no Brasil

A hora da virada para a pequena e média empresa no Brasil
Marco Leone
Atualizado em 08/03/2010
Em todo o mundo, e especialmente no Brasil, há claros sinais na economia que a grande crise financeira está próxima do seu fim. É fato que, em vários países, o seu impacto foi diferente. Enquanto temos de uma lado a China, que parece não ter tido contato com a crise, face ao crescimento da sua economia, por outro lado, alguns países da Europa e da própria América do Norte ainda estão fazendo sua lição de casa para amenizar os seus impactos.

No Brasil, a queda da taxa de juros nominal, o câmbio estável, a atração de capital externo refletida na alta da Bovespa e os sinais claros da volta do crédito demonstram a confiança dos investidores, empresários e executivos.

A maioria das empresas precisou se adaptar a este momento, privilegiando o caixa da empresa e cortando fundo as despesas. Infelizmente, muitas vezes o esforço para equilibrar investimentos e lucratividade acaba acarretando na perda de talentos e de capital intelectual.

E veja: por mais incrível que isto pareça, é mais fácil diminuir a estrutura do que voltar a crescer.

Toda empresa, mesmo as que trabalham com estrutura muito enxuta, conseguem, se for realmente necessário, cortar de 5% a 10 % da sua folha de pagamento e administrar este impacto.

Mas quanto tempo leva para aumentar em 5% ou 10% o quadro de funcionários de qualquer empresa? Nesta hora, quanto maior for a empresa, mais rígido deverá ser o processo de seleção, de capacitação, de aprendizado de normas e procedimentos, sem falar na briga do mercado por um bom recurso em um momento de retomada. Já pensou como se sente o funcionário que aguentou firme a crise, e agora se sente desprestigiado frente aos novos contratados?

Esta é a grande oportunidade para as pequenas e médias empresas no Brasil, nos momentos de retomada. Para uma grande empresa é mais fácil olhar para um provedor de serviços de menor porte e mais ágil, capaz de integrar a sua cadeia de valor, do que tentar repor os talentos perdidos de uma hora para outra.

É claro que uma PME que se preocupou em manter rígidos controles financeiros e contábeis, que procurou investir em capacitação dos seus funcionários, terá acesso privilegiado ao crédito, bem como a preferência dos clientes de grande porte e prioridade no atendimento pelos fornecedores.
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