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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Nuvem passageira?

Colunistas | Gestão

Nuvem passageira?
Marco Leone Fernandes
Atualizado em 06/10/2009

Outro dia, na maior emissora de televisão do Brasil, no horário nobre, um ator de novelas estava de garoto propaganda de uma empresa de serviços e explicava, em uma linguagem bem simples e acessível, o complexo conceito de “cloud computing”. Sinal dos tempos...

Há exatamente um ano, estive em um evento em São Francisco, nos Estados Unidos, que reuniu mais de 10 mil pessoas para tratar do mesmo tema. Poucos eventos de tecnologia têm este privilégio, principalmente quando se trata de uma tecnologia tão nova. O mais interessante disto tudo é que você, meu caro leitor, pode “estar nas nuvens” mesmo sem saber!

Trocando em miúdos, este conceito consolida uma das facetas do não menos comemorado modelo SaaS (software as a Service), em que o software é cobrado não no modo tradicional de licenciamento, mas em forma de aluguel, quando se paga pelo que se usa.

O exemplo mais popular e corriqueiro é da Google com o Gmail: no lugar de se instalar uma caixa de correio eletrônico na sua máquina, todos os seus dados estão nos servidores da Google – ou seja, nas nuvens. A reboque do Gmail, vieram o Picasa, o Google Docs (versão alternativa ao MS-Office), comunidades virtuais – como LinkedIn, Facebook, Orkut –, entre outras centenas de aplicações que vão desde CRM até um completo ERP. Agora temos certeza que você, de algum modo, está nas nuvens.

A proposta apresentada pelo simpático ator oferece à sua empresa a possibilidade de criar a sua própria nuvem, onde poderá oferecer aos seus clientes os seus produtos e serviços no modelo SaaS. Desta maneira, no lugar da sua empresa comprar servidores, software básico, software aplicativo e tudo mais necessário, contratará apenas um pedaço da nuvem que já tem isto tudo e pagará somente pelo pedaço de nuvem que utilizar, sem se preocupar mais em administrar pessoalmente a sua TI.

A grande novidade é que os maiores e mais tradicionais fornecedores de software como Microsoft, Oracle, IBM, CA, entre outros, já aderiram ao modelo SaaS e estão a cada dia disponibilizando uma porção maior de seu portfólio como serviço.

No outro lado da mesma moeda, existe uma grande incerteza quanto a segurança e privacidade destas informações; nem todas empresas se sentem confortáveis em ter suas aplicações de missão crítica e informações estratégicas longe dos seus olhos. Somam-se a isso as preocupações quanto a disponibilidade e instabilidade do serviço de internet em nosso país, pois quando você está sem conexão, fica sem acesso aos seus sistemas e informações.

A decisão de qual será o melhor modelo para sua empresa não é simples; contudo, é muito oportuna. É fato que a “nuvem” é uma realidade que veio para ficar; mas por hora, pelo menos, continue cuidando também muito bem dos seus servidores e de todo seu legado, pois eles garantirão a qualidade e a continuidade dos seus serviços até que a nossa infraestrutura siga os padrões de qualidade de comunicação internacionais.

O bom senso recomenda adoção gradual e contínua ao modelo SaaS, com um provedor de grande porte que possa garantir segurança e, principalmente, alta disponibilidade. O resto, como diria o poeta, será “nuvem passageira que com o vento se vai” ...
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